terça-feira, 21 de abril de 2009

Soneto a Mayara

E como flor, desabrocha
singela e verdadeira,
minha amada
Exibe, sua joia mais rara,

que corre sua boca
parabolicamente, por inteiro
As pétalas, exalam teu cheiro
penetrante, és delicada

Flor, amor , amada.
És única, em formas e cores,
resplandecem, mesmo no pensamento

a ti, as folhas rabiscadas
comportam teu nome
e um soneto, a ti, Mayara

segunda-feira, 30 de março de 2009

As rosas, enfim

Com os olhos secos, áridos
em busca de uma nascente
o dorso frio, pálido
e a boca aberta, sutilmente

traz a dor esculpida no rosto
perdido em inverosimilhanças
e o peito triste ,como inverno
murcham-se as esperanças

subitamente , molha-se
a face, brotam-se
as rosas, enfim.

domingo, 15 de fevereiro de 2009

Homenagem a vinicius




Em homenagem a Vinicius de Moraes, sem motivo algum ou razão especial.

De manhã, escureço
de dia, tardo
de tarde, amanheço
de noite, ardo

A oeste a morte contra quem vivo
do sul cativo
o oeste
é meu norte

outros que contem passo por passo
ando onde há espaço
meu tempo é quando

(Vinicius de Moraes)

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

Dueto da Vida

Que de um solo cigano eremíta
se transforme em um dueto da vida
Dueto pianissímo, talvez piano, no más
Que se valsa ou bossa um dia vir-a-ser
Só o que vai se entender é jazz

sexta-feira, 5 de dezembro de 2008

Transcendência

Escuto soando
Junto ao badalar de um relógio
Som percussivo e penetrante
Transcendendo a sala, a alma
Um harmônico e melódico
Piano

Canção em Fá, com perdão

Só a paixão sincera
não bastou a ti
Nem as rosas, nem as juras
Fez-te sonhar
Os afetos e carinhos
Não te cativaram
Eramos dois corpos nús
Agora a cama vazia

E sem razão
Pos tudo a perder
A saudade foi a tortura
A distância o carrasco
assasino de um amor promissor

Só sobram lembranças
Feridas cantadas
Alegrias choradas
E quem sabe
Um perdão

Brigas de cães e gatos

De que adianta ser poeta
Rimar as coisas da vida
Se não há mais nada
Só sobra a cicuta, o asceta

E reflito, na imensidão de meu quarto
Sobre o Raimundo
As dores do mundo
E fujo das vias, de mim, de fato

Ato de sobrevivência, este
De correr dos sentimentos exagerados
Esquecer as tristesas, saudades
Dos amores de cão e gato

Por fim, vago atônito
Imerso em mim, machucado
O ultimo suspiro do fraseado
Lírico de um ser só e casto